Sapas contra a COVID-19: Campanha de Doação para Mulheres Lésbicas e Bissexuais de Favelas do Rio de Janeiro

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Brasil, 01 de julho de 2021 – Organizada por seis coletivos de  lésbicas e mulheres bissexuais de favelas da cidade do Rio de Janeiro, a campanha “Sapas contra a COVID-19” começa no dia 01 de julho e terá três meses de duração, sendo finalizada no dia 30 de setembro, nas comemorações do ‘Dia Internacional da […]

Sapas contra COVID-19

Brasil, 01 de julho de 2021 – Organizada por seis coletivos de  lésbicas e mulheres bissexuais de favelas da cidade do Rio de Janeiro, a campanha “Sapas contra a COVID-19” começa no dia 01 de julho e terá três meses de duração, sendo finalizada no dia 30 de setembro, nas comemorações do ‘Dia Internacional da Bissexualidade’. Coordenada pelo coletivo Resistência Lésbica da Maré, a campanha visa distribuir 600 cestas básicas para lésbicas e mulheres bissexuais moradoras da Maré, Alemão, Cidade de Deus, Morro do Pinto, Providência e Cantagalo. Para alcançar a meta, a campanha precisa arrecadar R$ 42 mil. Acesse o link para a campanha de arrecadação: https://bityli.com/ApoieSapasContraACovid19

Conforme pesquisa inédita realizada pela Resistência Lésbica, lançada em 2020, mapeou-se que a população de lésbicas e mulheres bissexuais do Complexo da Maré é majoritariamente composta por jovens e mulheres negras (71% das respondentes da pesquisa). Dayana Gusmão, uma das lideranças da Resistência Lésbica, ressalta que o machismo e a lesbofobia são determinantes até mesmo nas doações de combate à fome, por isso, a importância de uma campanha independente que ampare mulheres lésbicas e bissexuais de favelas. 

“A situação da população LGBTI+ é ainda pior, pois somos excluídas das doações de cestas básicas das instituições religiosas que atuam nas favelas. A realidade é que pessoas LGBTI+ têm enfrentado situações de infra miserabilidade durante a pandemia. Os editais de fundos que foram lançados para acudir às minorias focam suas doações apenas em grupos mistos fazendo com que o machismo e a lesbofobia estruturais se coloquem e imputam às lésbicas um total não lugar e não acesso a esses recursos. E como se sabe, as favelas têm em sua composição uma população sumariamente negra e feminina”, desabafa. 

Live de Lançamento

Diante do cenário de urgência, lideranças lésbicas de favelas do Rio de Janeiro unem forças para enfrentar a insegurança alimentar que assola a saúde física e mental de lésbicas e mulheres bissexuais moradoras de favelas no contexto pandêmico. O lançamento da campanha acontece no próximo dia 01 de julho (quinta-feira), a partir das 19h, no canal do YouTube da Casa da Utopia. O evento online e gratuito conta com bate-papo, performance artística e muito mais marcam a programação de lançamento. Ao longo da campanha, no mês de julho, a iniciativa une-se a agenda feminista antirracista “Julho das Pretas” e, entre agosto e setembro, os coletivos unem-se em mais duas atividades artísticas para celebrar os meses da Visibilidade Lésbica e Bissexual.

Pandemia, pobreza e vulnerabilidade

O impacto social da COVID-19 agravou o cenário de pobreza e de vulnerabilidade no país. O Brasil que havia saído do mapa da fome da ONU em 2014, em razão da pandemia, a fome tornou-se novamente uma realidade grave e urgente de milhares famílias brasileiras. Nas favelas e periferias, a situação de pobreza extrema vem a comprovar que a fome tem classe, cor e gênero. Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Pensann) a fome tem gênero – atinge 11,1% dos lares chefiados por mulheres contra 7,7% de lares liderados por homens – e cor/raça – 10,7% dos lares que sofrem com a insegurança alimentar são chefiados por mulheres negras. Entre as mulheres brancas o índice é de 7,5%.

“Diferentemente do início da pandemia, as doações de combate à fome estão cada vez mais escassas, logo, arrecadar 600 cestas básicas e distribuir entre diversas favelas cariocas é mais do que uma meta, é um sonho possível e que queremos muito que seja alcançado com essa campanha. Essa união entre os coletivos de mulheres lésbicas e bissexuais de favelas é mais uma tentativa de a sociedade civil sanar os efeitos dessa desigualdade amplificada pela crise sanitária”, afirma Michele Seixas, moradora e liderança no Complexo do Alemão e Coordenadora Política da Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL). 

Protagonismo e solidariedade

A campanha é realizada pela Resistência Lésbica da Maré e lideranças lésbicas das seis favelas mapeadas. A ação conta ainda com apoio do Favela Cineclube, Observatório de Favelas, COLE, Coletiva Mulheres de Propósito, Bailão das Sapatão, Instituto Raça e Igualdade, ativistas de direitos humanos, artistas e outras. Um caminhão de solidariedade!

Serviço

Lançamento da Campanha “Sapas contra a COVID-19”

Data: 01/07/21

Hora: 19h

Local: Canal da Utopia – https://youtube.com/c/CanaldaUtopia 

Link da campanha:  https://bityli.com/ApoieSapasContraACovid19

Meta: R$ 42 mil reais – distribuição de 600 cestas básicas

Período: Julho – Setembro

Distribuição: Outubro

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