No Dia Internacional da Mulher, Raça e Igualdade celebra todas as mulheres que lutam por igualdade e por um mundo melhor em meio à COVID-19

Washington DC, 8 de março de 2021 – Neste Dia Internacional da Mulher, o Instituto sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos (Raça e Igualdade) celebra especialmente às mulheres que durante o último ano mantiveram-se firme na luta pela igualdade, apesar de muitos dos seus direitos terem sido particularmente violados durante a pandemia de COVID-19. Desse […]

Washington DC, 8 de março de 2021 – Neste Dia Internacional da Mulher, o Instituto sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos (Raça e Igualdade) celebra especialmente às mulheres que durante o último ano mantiveram-se firme na luta pela igualdade, apesar de muitos dos seus direitos terem sido particularmente violados durante a pandemia de COVID-19. Desse modo, Raça e Igualdade adere ao tema definido em 2021 pelas Nações Unidas para comemorar este 8 de março, que se intitula: “Mulheres líderes: Por um futuro igualitário no mundo da COVID-19 ”.

Raça e Igualdade conversou com mulheres de sete países da América Latina e do Caribe que participam de espaços de incidência para a promoção e defesa de seus direitos. Pedimos a elas que compartilhassem seus apelos às autoridades como as principais responsáveis ​​pelo bem-estar da sociedade, mas também como uma mensagem de esperança e resistência para todas as mulheres da região.

Unidas e seguras

Da Colômbia, Alicia Quiñónez, da Conferência Nacional de Organizações Afro-Colombianas (CNOA), pediu às autoridades que deem atenção aos territórios afro-colombianos, raizal e palenquero, bem como cuidem das vidas e garantam as líderes sociais o direito a uma vida digna e à possibilidade de exercer suas atividades sociais, empresariais e políticas em seus territórios.

Em sua mensagem às mulheres, Quiñónez disse: “Convido todas a trabalhar para criação de espaços sociopolíticos e de negócios que nos permitam permanecer unidas e seguras para levantarmos nossas vozes cada dia mais alto, por meio de processos organizacionais que contribuam e permitam que os territórios negros, afro-colombianos, raizal e palenquero exijam seus direitos e vivam em paz, porque juntas podemos fazer mais”.

Direitos garantidos

Jessenia Casani, diretora do DEMUS-Peru, disse que as autoridades devem concentrar seus esforços para alcançar a igualdade de gênero. “Precisamos enfrentar a pandemia, mas com igualdade de gênero. Precisamos, por exemplo, implantar estratégias preventivas contra a violência sexista múltipla e, nesse contexto, precisamos garantir os direitos sexuais e reprodutivos, como a educação sexual integral, com disponibilidade de prevenção via anticoncepcional oral de emergência, com serviços de aborto legal e seguro, com saúde materna e que todos esses serviços sejam prestados sem discriminação e violência”, desabafou.

Participação política

De sua parte, Rosa Castro, da Associação de Mulheres da Costa de Oaxaca, México, declarou que é essencial que as mulheres se mantenham denunciando todo o tipo de violência que enfrentam, assim como devem continuar pleiteando participação nos espaços de poder. “Para que exerçamos nossos direitos políticos e continuemos nos organizando, nos fortalecendo e consolidando nossa participação política em todos os espaços de decisão, as mulheres devem ter um lugar na mesa de governança para que possam ser representadas nas discussões”, afirmou.

Resistência no meio da crise

Juanita Jiménez, diretora do Movimento Autônomo de Mulheres da Nicarágua (MAM), explicou que em meio à crise sociopolítica e de direitos humanos que o país atravessa, desde abril de 2018 e durante a pandemia de COVID-19, se acentuaram as vulnerabilidades das mulheres, assim como aumentaram os riscos para enfrentar a violência e o feminicídio. No entanto, garantiu que “a luta pela igualdade continua a vigorar porque as discriminações históricas permanecem atuais e se modernizam”.

“Seguimos lutando pelo retorno da democracia e pelo retorno de todos os direitos, queremos viver sob democracia para que reconheçam nossa condição de humanas, que nossos corpos não sejam castigados por nos atrevermos a decidir, a pensar diferente ou por criticar e fiscalizar a as autoridades. Ademais, continuamos na luta pela igualdade para que as meninas possam crescer seguras e valorizadas desde o nascimento; tenham acesso à tecnologia, ciência e educação integral e, o mais importante, que possam viver livres de toda violência”, assinalou.

Perseverança

Lisandra Orraca, cidadã cubana e membro da Federação Latino-americana de Mulheres Rurais (FLAMUR), fez um apelo especial às autoridades para que em Cuba o crime de feminicídio seja classificado e punido como tal. “Gostaria de dizer às mulheres do meu país que continuamos unidas na luta pela igualdade e pelo respeito aos nossos direitos, só assim poderemos alcançar um futuro melhor, livre de abusos e discriminação. Juntas somos capazes e não seremos vencidas jamais, e assim, poderemos alcançar qualquer coisa que sonhamos”, compartilhou Orraca.

Para Agatha Brooks, da organização TRANSSA, da República Dominicana, é importante que as autoridades respondam de maneira adequada e eficiente à violência enfrentada pelas mulheres trans, pois em meio à pandemia de COVID-19, esta foi exacerbada pela falta de uma lei de identidade de gênero, pela falta de acesso aos serviços de saúde e pela diminuição drástica da renda econômica. “Às mulheres, tanto cis quanto trans, digo a elas que não parem de lutar, que nossa luta é constante e que, se as mulheres do passado parassem de lutar, não estaríamos onde estamos hoje. Embora se acredite que nenhum progresso foi feito, muito progresso aconteceu e ainda temos um longo caminho a percorrer, então coragem e força, para podermos seguir em frente”, afirmou Brooks.

Mulheres na pandemia: resistência e coletividade

A emergência de saúde gerada pela COVID-19 não apenas excedeu as capacidades da maioria dos sistemas de saúde ao redor do mundo, mas também expôs a desigualdade, violência e pobreza existentes em nossas sociedades, logo, grupos historicamente marginalizados como a população afrodescendente, pessoas LGBTI+ e mulheres, sofreram os impactos desta pandemia de forma extrema e diferenciada. A falta de acesso aos serviços de saúde, a exclusão das medidas sanitárias e ao agravamento da violência de gênero, além do aumento da carga de cuidados assumidos pelas mulheres em seus próprios lares, são algumas das situações que se amplificaram.

Porém, junto com tudo isso, vimos como as mulheres que lutam pelo reconhecimento e pela garantia de seus direitos se mantiveram firmes e, além disso, aquelas que estão em cargos públicos, na área de saúde e as chefes de família, demonstraram grande capacidade de gestão, bravura e cuidado. Por tudo isso e muito mais, Raça e Igualdade deseja que neste Dia Internacional da Mulher se renovem as forças de todas as mulheres para que possam avançar em seus trabalhos e ativismos, pois suas contribuições são essenciais para alcançarmos sociedades mais justas e equitativas.

Ao longo desta semana, estaremos compartilhando vídeos com mensagens dessas mulheres em nossas redes sociais, sob o lema “Mulheres na pandemia: resistência e coletividade”. Convidamos a todes a aderir a esta campanha para que essas vozes cheguem a mais espaços de reflexão e incidência.

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