Organizações LGBTI que tornam o Orgulho possível na América Latina

Washington DC., 28 de junho de 2024.- No Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, a Raça e Igualdade reconhece que a luta pelos direitos das pessoas LGBTI+ tem sido uma longa e contínua batalha, marcada pelo papel fundamental das organizações da sociedade civil (OSCs) e pelos avanços significativos na promoção e defesa dos direitos das pessoas […]

Washington DC., 28 de junho de 2024.- No Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, a Raça e Igualdade reconhece que a luta pelos direitos das pessoas LGBTI+ tem sido uma longa e contínua batalha, marcada pelo papel fundamental das organizações da sociedade civil (OSCs) e pelos avanços significativos na promoção e defesa dos direitos das pessoas LGBTI+ que contribuíram para sua visibilidade e proteção.

Também reconhecemos que, sem o trabalho árduo de longa data das OSCs, nenhuma celebração ou reivindicação do Dia do Orgulho como o conhecemos hoje teria sido possível. Neste momento, na América Latina e no Caribe, após a onda antidemocrática e ultraconservadora que destruiu alguns dos últimos avanços em direitos humanos, o movimento LGBTI+ continua resistindo e se defendendo.

Por isso, Raça e Igualdade destaca o trabalho de organizações e defensores LGBTI+ do Brasil, Colômbia, Peru e Cuba que, mesmo nos contextos adversos de seus países, tornam o Orgulho possível e contribuem estrategicamente para os direitos humanos das seguintes formas:

  1. Defendendo o direito à identidade de gênero: A Fraternidad Trans Masculina Peru, é uma OSC, cujo objetivo de trabalho é a defesa dos direitos humanos das pessoas que se identificam como transmasculinas. Atualmente, estão realizando processos judiciais para alterar nomes e a categoria “sexo” no documento de identidade nacional para pessoas trans masculinas em situação de vulnerabilidade. Até o momento, a FTM conseguiu litigar mais de 60 casos de mudança de nome.
  2. Promovendo a participação política: A Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL é uma rede de mulheres lésbicas e bissexuais atuantes nas cinco regiões do Brasil. Sua principal atividade é a educação política e a participação na incidência social e política. A ABL tem dialogado nos mais diversos espaços como terreiros, igrejas, escolas, comunidades tradicionais e nas periferias e favelas das cidades. Seu papel na luta do sapatão tem sido estar nos espaços de poder, discutindo principalmente a luta contra a lesbofobia, o lesbocídio e o lesbo-ódio.
  3. Pesquisa e visibilidade: O Museu Virtual da Memória contra a Violência de Gênero é uma organização cidadã que nasceu há dois anos. Este ano conseguiu lançar, com o apoio da Raça e Igualdade, o primeiro relatório sobre lesbofobia em Cuba. Da mesma forma, o coletivo transfeminista e antirracista Rosa Rabiosa, do Peru, tem monitorado as populações trans e não-binárias do Peru durante os períodos de votação, a fim de promover sua participação e evitar qualquer caso de discriminação. A partir dessas experiências, eles elaboraram o relatório Vigilando Nuestro Voto, que estará disponível muito em breve.
  4. Lutando pela educação das pessoas LGBTI: Fundação Afrodescendente para as Diversidades Sociais e Sexuais – Somos Identidad é uma organização de base de comunidades negras, criada a partir de uma perspectiva interseccional que trabalha para reconhecer, aprimorar e tornar visíveis as interseções de raça, etnia, gênero e diversidade sexual. Eles realizam processos pedagógicos antirracistas para acompanhar a entrada de pessoas afro-LGBTI+ no ensino superior na Colômbia, especificamente no Pacífico Sul e nas periferias das cidades.

O tempo e o esforço que defensores e organizações LGBTI+ dedicam à luta por sociedades mais justas na região é inestimável. Não apenas foram fundamentais para promover mudanças legais e sociais significativas, mas também desempenharam um papel crucial na transformação cultural dos países. Com isso em mente, a Raça e Igualdade reafirma seu compromisso de continuar trabalhando lado a lado com os parceiros até que a dignidade plena seja alcançada, livre de discriminação e violência contra as pessoas LGBTI+.

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