Raça e Igualdade condena a Chacina do Jacarezinho

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Brasil, 07 de maio de 2021 – O Instituto Internacional sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos (Raça e Igualdade) condena e repudia o uso excessivo da força policial que resultou no massacre de 25 pessoas na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, neste dia 06 de maio de 2021. Casas foram invadidas, moradores agredidos, […]

Brasil, 07 de maio de 2021 – O Instituto Internacional sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos (Raça e Igualdade) condena e repudia o uso excessivo da força policial que resultou no massacre de 25 pessoas na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, neste dia 06 de maio de 2021. Casas foram invadidas, moradores agredidos, além de caveirões aéreos terem aterrorizado toda a comunidade. O Rio de Janeiro vivenciou a operação policial com o maior número de mortos da história. Nesse cenário repleto de violações de direitos humanos, exortamos a responsabilização do Governador Claudio Castro juntamente com a Polícia Militar envolvida na operação.

Uma cidade que traz em seu legado diversas chacinas não protege seus cidadãos. Em 1993, chacinas de Vigário Geral (21 mortos) e da Candelária (8 mortos); em 2017, do Alemão (19 mortos) e, 2021, do Jacarezinho (25 mortos). Cidadãos foram baleados nas estações de trem e de metrô. Não há política de segurança que se explique através do fogo cruzado e de tiros à queima roupa na população. Não há política de combate às drogas que justifique a letalidade de quem vive em situação de vulnerabilidade. Segundo a Rede Observatório de Segurança, somente no primeiro trimestre de 2021, houve 257 operações policiais, com 69 mortes no Rio de Janeiro, mesmo após o julgamento da ADPF das Favelas, em que o STF impôs restrições às operações policiais como forma de conter a violência policial.

Raça e Igualdade faz um chamado a comunidade internacional para exigir justiça diante da violência de um Estado cuja política de morte executou jovens e crianças moradores da comunidade. Enfatizamos aos órgãos internacionais de direitos humanos que no Brasil as pessoas que o Estado considera como “suspeitas”, possuem cor e classe. O racismo histórico e estrutural atravessa a política de segurança vigente, sendo a população negra que mais sofre com a violência policial e representa a maior parte da população carcerária do país. Lembramos também, que o governador Claudio Castro além de descumprir uma determinação da Suprema Corte do país, causou a morte de crianças. Somente no Rio de Janeiro, de janeiro a junho do ano passado, 99 crianças e adolescentes foram mortos por policiais, sendo 27% na capital e 73% em outros municípios.

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Prestamos solidariedade a toda a comunidade do Jacarezinho e aos familiares das vítimas diante da barbárie. Um Estado que contabiliza 45 mil mortes por COVID19 realizar uma operação policial truculenta é o mesmo que afirmar que não valoriza a vida dos seus cidadãos. Quais vidas realmente importam diante de uma política de morte? Lembramos que, para o combate ao crime organizado, é preciso estratégia, equipe de inteligência, monitoramento e ações coordenadas. Não se combate a violência com mais violência! Carlos Quesada, Diretor Executivo de Raça e Igualdade, expressa sua indignação e declara que ação policial que ocorreu hoje tem diversos nomes: barbárie, massacre, extermínio, chacina – todas direcionadas aos corpos negros, pobres e favelados. Exigimos respostas do Ministério Público e dos órgãos de justiça sobre esta operação que, mais uma vez, opera para o extermínio da juventude negra no Brasil!

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